sexta-feira, 29 de julho de 2011

Guia de Politesse

Calor humano

Brasileiro gosta de abraçar, de dar tapinha nas costas, por a mão no ombro enquanto fala. Vá com calma. O pessoal pode se sentir invadido ao ser tocado.
As pessoas que acabam de se conhecer não passam diretamente ao "tu" (como você), mas se tratam de "vous", numa atitude de distância e respeito.

As “palavras mágicas”

Para alguns pode parecer hipocrisia enquanto que para outros é verdadeiro. De qualquer forma, na França nunca chegue a uma pessoa para pedir uma informação sem antes dizer "Bonjour".
A segunda palavra que vem junto é "madame" ou "monsieur". Os mais antigos dizem "Madame bonjour", "Mademoiselle bonjour".
A terceira palavra é "s’il vous plait".
Então, a fórmula fica: Madame bonjour. Pouvez-vous me aider, s’il vous plait?
Para aqueles que querem falar em inglês, vale o mesmo conselho : chame a pessoa primeiro ("Madame") e uma vez que ela pare de andar e olhe para você, continue : "Je ne parle pas français. Parlez-vous anglais?" ou "Je ne parle pas français, est-ce que je pourrais parler en anglais?". E você verá que a reação neste caso é sempre de boa vontade.
Na saída, mesmo no comércio, sempre diga "Au revoir" , "Merci" ou "Merci bien".
Alguns completam com "Bonne journée" ou "bonne soirée".









Pequeno guia de politesse

Um dos significados da palavra "politesse" é cortesia. Já ouvi, de alguns brasileiros que chegaram da França, comentários de que a cortesia não existe em Paris, de que foram ignorados pelas ruas quando precisavam de alguma informação, de que os parisienses são "snobs" e distantes, olhando sempre para o chão ou lendo dentro do metrô.
É aí que entra a questão do choque entre diferentes culturas. O povo brasileiro é por excelência um povo espontâneo, criativo, sorridente, de bom humor. Gostamos de falar alto, de contar nossa vida ao outro enquanto esperamos o ônibus chegar. Mas esse é o nosso Brasil, com sua história de povo emotivo, lutador.
Quando deixamos o país, a coisa muda. Não cola vestir a camisa verde e amarela e tomar um chop aos pés da Torre Eifel. Neste caso, fique no Brasil. Se você quiser realmente aproveitar sua viagem, a primeira coisa a fazer é entrar no espírito do país a ser visitado.
A questão da politesse, chamada hoje de “savoir vivre” (saber viver), inclui códigos de conduta e regras de educação. Esses códigos variam de acordo com cada país e é por isso que vale a pena compreender os pontos onde existe uma diferenca entre Brasil e França.

Discrição

Já vi turistas brasileiros dentro de ônibus em Paris mantendo uma conversação em voz alta, cada um em uma extremidade do ônibus, pensando que ninguém mais entende o português, exceto eles. Cuidado.
Falar alto na França é mal visto por duas razões: a primeira é que, ao falar alto, você está sendo indiscreto pois ninguém precisa saber de sua vida. A segunda é que a pessoa não está pensando nos outros que estão viajando do lado e que estão sendo incomodados pelo barulho.

Pontualidade

A pontualidade é outra coisa extremamente diferente, em termos de Brasil e Europa. Me lembro na minha infância no Brasil, quando marcávamos um aniversário para as 5 da tarde e as 5 íamos começar a tomar nosso banho, sabendo que ninguém, também por educação, chegaria antes das 6...
Anos depois, na minha primeira visita como convidada na Alemanha, fiz então a mesma coisa: comecei a me preparar no horário onde devia já estar saindo de casa. Chegamos no local mais de 30 minutos depois do horário marcado: o arroz estava completamente colado e os donos da casa tinham um ar cansado da espera.
De acordo com os costumes franceses, o convidado pode chegar no máximo 15 minutos atrasado, o que é aceitável em termos de pontualidade. Para compreender basta pensar que, do outro lado, a pessoa está pronta à espera, a partir do momento em que foi marcado.

Manter a palavra

“Passa em casa” é o que dizemos com freqüência no Brasil quando nos despedimos de uma pessoa que acabamos de conhecer. Na verdade utilizamos essa frase mais por educação que como convite – sabemos que ela nem sabe onde moramos e que nunca irá passar.
Na França, quando se convida alguém "chez soi" (para vir a nossa casa) significa que realmente estamos esperando pela visita da pessoa. O convidado, por sua vez, numa atitude também de educação, fica feliz com o convite e marca uma data para a visita, que pode ser um almoço, um jantar, um chá. Ele comparece à visita, sem esquecê-la e chega pontualmente.

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